Não lhe chamaria loucura, talvez apenas um surto...

Escrevo, mesmo sem nada para escrever...
Tento, embora que sem esforço, que dos meus dedos saia um somatório de letras que sejam o condimento de um qualquer arranjo escrito...
Falo, embora sem saber de quê, mas falo, e isso sim só é sábio para quem quer interpretar o que consigo dizer até mesmo em silêncio...
Sinto, embora que levemente, todas as cores, cheiros e sons que me envolvem, embora seleccione entre eles os mais puros e belos de sentir...
Ando, embora sem rumo, pelos caminhos que não escolho e que outrora imaginei existir...
Faço, embora sem pensar, tudo aquilo que não espero que me devolvam, mas que é sempre bom de receber...
Escuto, apesar de por vezes ensurdecer, todas as vocalizações que tencionam emitir de encontro aos meus inúmeros orgãos dos sentidos..
Existo, embora poucos acreditem, ao sabor da minha própria vida e sem me preocupar com as coisas demasiado simples para uma mente demasiado complexa.
Sou, acredito, vivo... e adoro!